quarta-feira, 4 de maio de 2011

Cabo da Polícia Militar teria agredido professora de Direito em sala de aula

A advogada e professora de Direito Civil da Unisuam de Campo Grande Sylvia Fairbanks, de 29 anos, diz ter sido agredida por um aluno, em sala de aula, na última quinta-feira. O estudante universitário é um cabo da Polícia Militar, que está no segundo período de Direito. Segundo a professora, depois de flagrar o policial com cola, durante uma prova, seguiu-se uma discussão entre os dois. O aluno teria, então, agredido Sylvia com um soco na face esquerda.

— Alunos disseram que ele estava armado. Não vi arma, mas, em determinado momento, ele baixou um pouco a calça e fez um gesto de quem iria puxar a arma. Quero justiça. O aluno deveria ser expulso — diz Sylvia, que não obteve, até esta terça-feira, uma posição da instituição, onde dá aulas há dois anos.

Sylvia foi retirada de sala de aula por uma assistente, e levada para uma outra sala. Nesse meio-tempo, segundo ela, o estudante fugiu. A professora foi até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam-Oeste) de Campo Grande registrar a agressão. De lá, foi encaminhada ao Hospital Rocha Faria, onde, segundo ela, os médicos comprovaram a lesão no rosto.

— Fui até o IML para concluir o processo — diz ela, que, nesta terça-feira, ainda estava com o rosto inchado.

Sylvia contou que, antes de começar a prova, pediu a todos os alunos que retirassem de dentro do livro de Código Civil — usado como consulta no teste — eventuais “colas”. O PM não teria obedecido e Sylvia retirou o livro da mesa dele, proibindo a consulta.

— Ele disse: “Essa p... não funciona assim, não. Se você não me devolver o Código, você vai ver o que vai te acontecer”. Eu pedi respeito, mas ele partiu para cima, para retirar o livro das minhas mãos. Como resisti, ele me deu um soco — conta.

Sylvia registrou a ocorrência na Corregedoria Geral Unificada (CGU) e na 2ª Delegacia de Polícia da Justiça Militar (DPJM). O EXTRA não conseguiu falar com a Unisuam. A Polícia Militar falou que não se pronunciaria ontem.

Veja a reportagem do Jornal EXTRA: http://extra.globo.com/casos-de-policia/cabo-da-policia-militar-teria-agredido-professora-de-direito-em-sala-de-aula-1729536.html

segunda-feira, 2 de maio de 2011

POSTAGENS ATUAIS

Bem, atualmente tenho apenas copiado os posts e os links de blogs e jornais para colocar aqui no meu blog, mas hoje chamo atenção para este texto, que visualizei melhor blog de educação que eu conheço, segue o link e na sequência o texto na íntegra... deleite-se...

http://jarbas.wordpress.com/2011/04/08/mais-censura-em-educacao/

Mais censura em educação
Por jarbas

Meu amigo Bertelli, via email, encaminhou texto que registra nova frente de censura contra nosssos clássicos. Desta vez o alvo é Villa Lobos. Pedagogos que tudo sabem resolveram corrigir letras de cantares reunidos e transformados em arte por nosso maestro maior. Nada preciso comentar. Basta reproduzir aqui o texto recebido.

IMAGINE SÓ, ELES ESTÃO COM TANTA FRESCURA, QUE ATÉ ESTÃO MUDANDO O CANCIONEIRO POPULAR!!!!

Assunto: O Cravo não brigou com a Rosa



O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA

Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto. Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais “O cravo brigou com a rosa”. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo – o homem – e a rosa – a mulher – estimula a violência entre os casais. Na nova letra “o cravo encontrou a rosa/debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada”.

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será que esses doidos sabem que “O cravo brigou com a rosa” faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro? É Villa Lobos, cacete!

Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/Tá com a cabeça quebrada/Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê.

A tia do maternal agora ensina assim: “Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar”. Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, melodia de Heitor Villa Lobos e letra da Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.

Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichanos. A Sociedade Protetora dos Animais cairia em cima com processos.

Quem entra na roda dança, nos dias atuais. Não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil, estimula o sexo sem amor, a vulgaridade.

Ninguém mais canta: “Pai Francisco entrou na roda, tocando seu violão, vem de lá Seu Delegado, e pai Francisco foi pra prisão”. O pobre do Pai Francisco foi preso apenas por vadiagem, mas atualmente ficaria sob a suspeita de ser traficante.

Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não lembrar à garotada a desigualdade de renda entre os homens. Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado.

Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse que algum filho estava militando na causa da preservação do mico-leão-dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do humor, da criatividade, da divertida sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão – o popular pintor de roda-pé ou leão-de-chácara de baile infantil – de deficiente vertical. O crioulo – vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) – só pode ser chamado de afrodescendente. O branquelo – o famoso branco azedo ou Omo total – é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação. A mulher feia – aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno – é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo – outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, “Orca, a baleia assassina” e bujão – é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto-de-fome, pau-de-virar-tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais… Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.

O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra puta-que-o-pariu e o centroavante pereba tomar no olho-do-cu, cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de “Jesus, Alegria dos Homens”, do velho Bach.

Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé-na-cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro-funeral, o popular tá-mais-pra-lá-do-que-pra-cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a “melhor idade”.

Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do Pé-Junto.

Luiz Antônio Simas
(Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor de História do ensino médio)

Falta de segurança causa mais uma morte em escola municipal do Rio

Falta de segurança causa mais uma morte em escola municipal do Rio


Vinte e três dias após tragédia em Realengo quando 12 alunos morreram e outros foram feridos em um atentado praticado por um ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, mais duas crianças são vítimas do descaso da prefeitura. Na tarde de ontem, na EM Conde Pereira Carneiro a aluna Luiza Naiara (14 anos) morreu e outro aluno foi internado em estado grave, depois de serem atropelados na avenida Brasil, após terem pulado o muro da unidade para fugir.

A escola, que só tem um inspetor no turno da manhã, não possui porteiro e como todas as outras escolas fica a mercê da própria sorte. O Sepe, há anos, vem denunciando que a falta de profissionais em nossas escolas tem trazido enorme insegurança para alunos e profissionais. No dia 30 de abril, o Sepe Regional III realizou um ato no Méier, exatamente denunciando que em 23 dias da tragédia de Realengo, nada mudou na rede municipal: não foi chamado um concursado sequer do banco de espera de agentes educadores (inspetores).

Isto é uma prova de que o resgate da equipe escolar formada por profissionais concursados e capacitados, não está na pauta da prefeitura. Dizíamos em nosso ato que o que aconteceu na Tasso da Silveira poderia ter acontecido em qualquer escola da rede. Dizíamos que outras tragédias também são factíveis diante de tamanho abandono.Nossas escolas também continuam ameaçadas pela falta de uma equipe pedagógica que garanta de um lado maior segurança e de outro o acompanhamento de alunos com problemas psíquicos, psicológicos e pedagógicos que amenizem os problemas comportamentais como foi o caso das fugas acontecidas na tarde de ontem . Além disso o grande quantitativo de alunos em nossas salas de aula só agrava a situação.

Veja neste link a matéria do Jornal O Dia sobre a nova tragédia que numa escola municipal:


http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2011/4/estudante_que_morreu_atropelada_e_enterrada_no_cemiterio_do_caju_161420.html

domingo, 1 de maio de 2011

Insônia

Esse texto é de uma colega de profissão, com muito mais experiência que eu, ela consegue relatar de maneira fiel e real, o que é o magistério nos dias atuais...
curte aí, qualquer coisa dá uma passada no blog dela, é so copiar o link:
http://cuspeegiz.bloguepessoal.com/320619/Insonia/

Perdi o sono.

Perdi o sono por causa dos alunos, por causa de Maria, por causa do Governo, por causa das famílias, por causa dos linguistas, por causa dos pedagogos, por causa dos psicólogos e outros afins.

Em aulas de produção de texto aprendemos que é inadequado repetir palavras, mas isto aqui é prosa poética, delírio de professora que perdeu o sono às 3:20h, saiu sorrateira da cama e sentou-se à mesa diante o laptop para resolver um problema (im)pessoal, nacional e quiça mundial - o desinteresse, a necessidade de leitura e a melhoria na qualidade de escrita dos alunos - doce delírio.

Todo professor quer deixar seu lastro, seu rastro, incutir nas cabeças dos alunos não a falsa certeza para servi-los morto, mas a honradez para servi-los à vida.

Mas voltando as repetições...

Por causa de vocês - alunos - perdi o sono, pois preciso estimulá-los, num ambiente sem atrativos, com estratégias sedutoras capazes de transformá-los em leitores ávidos e escritores primorosos (que palavra mais brega!). Eu cá com minhas reticências recordo o ensino de cuspe e giz recebido na década de 60 e 70... Não fiquei traumatizada por decorar os verbos, não me transformei em serial killer devido às preposições, conjunções, ou pronomes, não joguei bomba porque fiquei em segunda época - leia-se recuperação - em Matemática e para compensar alguns deslizes tornei-me professora de Língua Portuguesa.

Por causa de Maria perdi o sono... Em reunião discutiu-se o planejamento, falou-se sobre novas tecnologias e exigiu-se a criatividade, a minha criatividade. Contudo aos 25 de magistério - Classe Especial, Alfabetização e Língua Portuguesa em 2003 - aos 55 de idade, apesar do parco salário (seria um estímulo) e de nenhuma contribuição a somar a minha insônia, vou cutucar meu cérebro, remexer minha imaginação e tentar. Não prometo tornar-me uma mestra em tecnologias educacionais ou transformar meus alunos em escritores machadianos, mas quem sabe torná-los insones, desejosos de conhecimento?!

Por causa do Governo perdi o sono. Descobriram uma fórmula para sermos culposos por nossos salários, se ganho mal é porque não mereço ganhar bem, meus alunos não sabem ler e muito menos escrever corretamente. A culpa é sempre e tão somente do professor - e em especial do professor de Língua Portuguesa - portanto a culpa é minha. Mas os alunos não estudam geografia em espanhol, ou ciências em inglês ou arte em francês, etc. De quem é a culpa? Das promoções automáticas? Do insignificante salário obrigando-me a pular infeliz de escola em escola como macaco insano? Preciso atingir a meta senão não recebo a bonificação ou coisa que vale - vale? Serei crucificada, quase morta, excomungada pelos colegas de outras disciplinas, e para completar meu delírio serei punida em treinamento oficial - feito cão sem pedigree.

Por causa das famílias perdi o sono... Parafraseando nosso amado Drummond, antigamente os pais nos colocavam sentados à mesa para fazermos os exercícios diários, e estudarmos o ponto. Eles valorizavam o professor, jubilavam-se com aprovação de seus filhos para um colégio estadual - de preferência o Instituto de Educação ou o Colégio Militar -. Os pais nos proibiam de brincar com pessoas de má índole, e nos obrigavam a devolver a borracha que não nos pertencia. Antigamente, mesmo em família "desestruturada" o melhor caminho era o ensino, e a melhor opção era a honestidade. Hoje, perco o rebolado ao solicitar a presença de certos pais que entram aos gritos escola adentro ou sentam-se melancólicos diante minha presença. Como dizer ao colérico que seu filho é indisciplinado, ou como exigir participação de um pai melancólico? Também preciso de estímulos! Leia-se: ideias realizáveis, mais computadores em sala ampla, inspetores escolares, apoio pedagógico contínuo e, claro, salários condizentes.

Por causa dos pedagogos, psicólogos, linguistas e outros afins de carteirinha perdi o sono. Alguns, condenam as tarefas diárias, pois há pais analfabetos (mas minha mãe era quase analfabeta), e censuram a conjugação maçante dos verbos, na minha infância era realizada em voz alta, todos uníssonos e a mim provocavam deleite - tantas vozes desconexas, volumosas vozes a recitar os verbos, em volúpias febris! Os afins se revezavam em teorias, houve a turma do não reprova que atrapalha, depois a geração do temos que respeitar o perfil dos nossos alunos, há os doutores do prova não prova nada, e os deixa o aluno construir seu conhecimento. Agora soltaram o competência linguageira. O quê? Competência linguageira?! Nem meu Word aceita! Para justificar ou explicar inventaram o letramento. Ué... Eu não escrevo com letras? Eu não leio as letras? Língua Portuguesa não se escreve com letras? Sei não... Nem a filóloga Bittencourt aceita! Um sujeito foi alfabetizado o outro foi letrado?! Socorro! Ayuda! Help! Aide!

Por mim, por meus companheiros de aflição, por acreditar na capacidade humana de recriar e procurar novas soluções para velhos problemas reafirmo meu juramento - "prometo, como professor, consciente de minhas responsabilidades profissionais, contribuir para o crescimento humano e cultural dos alunos, respeitar as normas e princípios éticos e cumprir as leis do País."

Por meus alunos crio este blogue para expressarmos nossas ideias, trocarmos experiência, interligarmos culturas, denunciarmos abusos, aplaudirmos conquistas, deflagrarmos a bronca, e sermos sempre e eternos estudantes porque a vida é uma aprendizagem.